TL; DR: Porque se preocupar com tempo de espera no seu fluxo?

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Os 7 desperdícios do Lean

O conceito dos 7 desperdícios do Lean é uma teoria cunhada lá no Japão a partir do Sistema Toyota de Produção por Taiichi Ohno, que dedicou muito tempo de sua vida em implementar um sistema de produção eficiente e sólido na construção de carros.

  • ‎Transporte‎‎ — alternando entre tarefas com demasiada frequência, inúmeras interrupções.‎ Sabe quando você tem atribuições demais e fica tentando resolver tudo de uma vez? Ou quando você está na sua mesa e a cada minuto chega uma pessoa para te pedir algo diferente? Então…
  • ‎Inventário‎‎ — código não entregue ou características não entregues‎. Escopo mal compreendido ou feito às pressas e fica faltando partes anteriormente planejadas.
  • ‎Moção‎‎ — reuniões desnecessárias ou esforço extra para encontrar informações‎. “Aquela reunião que podia ser um e-mail” ou o trabalho de arqueologia da informação, com uma infinidade de documentos espalhados no Dropbox ou no Google drive sobre uma feature.
  • Espera — esperando para que seja testado, esperando code review, esperando… Bom, filas de espera.
  • ‎Overproduction‎‎ — produzir funcionalidades que ninguém vai usar‎. É fazer algo sem nenhuma evidência que a feature terá aderência ao não fazer um processo de Descoberta com cuidado. Muito provavelmente cairemos nesse caso.
  • ‎Over-processing‎‎ — algoritmos desnecessariamente complexos que resolvem problemas simples‎.
  • ‎Defeitos‎‎ — bugs‎, simples assim.

O que é e como calcular o Custo do atraso?

Basicamente é uma métrica que diz respeito ao que você deixa de ganhar por não colocar uma funcionalidade em produção para seus usuários finais. O Custo do Atraso (CoD, sigla em inglês) é uma métrica utilizada principalmente para fazer priorização de features e projetos, na Gestão Enxuta (Lean Management).

Como calcular o custo do atraso?

Para começar, vamos precisar:

  • Calcular o lucro semanal do projeto/ feature esperada(o)
  • Estimar quanto tempo levaria para implementar o projeto/feature (se você tiver acesso a dados de fluxo, como Vazão (throughput), é possível realizar projeção de entrega com o Monte Carlo)
  • Calcular o índice CD3 (Cost of Delay Divided by Duration), que é feito dividindo o lucro semanal pela duração estimada do projeto.
  • Como seria o custo do atraso ordenando por Duração?
  • Como seria o custo do atraso ordenando por Valor de receita esperada?
  • Como seria o custo do atraso ordenando por Índice CD3?

Ao ordenar por Duração, temos:

Ordenando por Valor, temos:

Ordenando por índice CD3, temos:

Como reduzir o custo de atraso?

A resposta é até bem óbvia, com uma gestão eficiente de processos.

  • Trazendo transparência às etapas do processo
  • Analisando os dados gerados pelo board Kanban produz
  • Adicionando limites de WIP, que proíbem que seu time começe um número de tarefas maior que sua capacidade de finalizá-los

Conclusão

  • É importante observar com atenção os 7 desperdícios do lean, como descrito acima, em especial o desperdício produzido por filas não otimizadas, dado que elas são responsáveis por quase 80% do custo acumulado de atraso.
  • Ter visibilidade do custo de atraso.
  • Saber que o Custo de Atraso pode ser racionalizado e utilizado como métrica para priorização de roadmaps de produtos.
  • Existem algumas maneiras de identificar e reduzir custos do atraso: Visualização do fluxo com boards Kanban, ter consciencia sobre o quê é considerado desperdício, Gemba Walks, investigação de Causas Raízes e Liderança compartilhada evitando o microgerenciamento.

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Pai do Bento, Líder do Code Club Brasil e Agile Coach na Gazeus. Atitudes positivas e a educação são a chave para desenvolvermos um futuro melhor.

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Felipe Fernandes

Pai do Bento, Líder do Code Club Brasil e Agile Coach na Gazeus. Atitudes positivas e a educação são a chave para desenvolvermos um futuro melhor.